sexta-feira, 31 de julho de 2015

Um abraço para Haidy

Eu pensei em começar este texto falando em ouro para dizer a estrela que a Haidy é, seria mais ou menos assim:
Todo o ouro do mundo não vale um sorriso da minha amiga porque todo o ouro do mundo não pode produzir uma estrela sequer e minha amiga Haidy é constelação. 
Ficou bonito, eu sei...
Mas falar em ouro, em estrela ou em constelação ainda não é suficiente. O texto que eu quero escrever hoje tem que partir do ouro, dobrar na estrela, seguir reto em direção ao oceano para finalmente aportar na arte.
Vou tentar:
Hoje à noite quando estarei voltando ao Brasil deixarei uma palavra de agradecimento à minha amiga Haidy. Será demasiado emotivo, será um "muito obrigada" carregado de solidão porque eu sei que passarei algum tempo sem vê-la de novo: dias, semanas, meses, quem sabe até anos?!... Então, necessariamente a palavra de agradecimento será acompanhada de um abraço. Mesmo assim o tempo não desfaz o espaço porque o sol voltará a nascer como se nada tivesse acontecido e à noite, a lua e as estrelas estarão cumprindo seus papéis de luzeiros no mundo e eu não posso levar o Suriname pra casa. 
E o abraço? De que adianta tanto ouro e tanta estrela se um abraço de amizade é tão breve?!...
Quando eu digo um abraço para Haidy eu quero dizer que é muito difícil pra mim não levá-la comigo para o Brasil.
Então o abraço é um tipo de compensação para quem se separa, mas eu acho que não é uma compensação muito eficiente e além disso, acho que alguma coisa está faltando: eu falei em ouro, falei em estrela, em constelação, mas não falei em oceano porque não é só brilho que a Haidy irradia... O caráter dela é de uma profundidade que lembra muitas águas todas juntas formando um mundo de vida e cor.
E, tem mais, ela é tão inteligente que eu me sinto como uma criança perto dela aprendendo os primeiros passos.
Então, posso até chorar, mas eu sei que um abraço é tudo que tenho até o momento do novo sorriso.

Luzia da Silva Almeida
Paramaribo, 30 de julho de 2015

2 comentários:

  1. Quanta poesia cabe em uma crônica de despedida? Ah, só a sensibilidade de uma escritora como vc, professora, sabe. Belo texto.

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    1. Obrigada, minha querida! Muito obrigada pela gentileza. Abraços.

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