sábado, 27 de outubro de 2012

complexo de morcego

O Batman não me engana!...
Toda essa construção de heroismo que concede holofote às trevas... eu hein!... Ou tu és do bem ou tu és do mal. 
Complexo de morcego é viver em caverna e ser herói: só o Batman mesmo.
Eu nem sei se gosto dele!
Gosto mesmo é de pensar valores relativos à Filosofia. Pensar na Caverna de Platão e na cegueira dos homens. Não na cegueira natural, mas nesta cegueira pateticamente conceitual.
Vejamos a Luz!
Vejamos o Sol!
Vejamos!...
Ninguém se mexe. Todos estão acostumados com a escuridão, com a penumbra. "O Sol não existe. Você está maluco!", dizem.
O Batman sabe que o Sol existe e, ainda assim, prefere a caverna. 
Outra coisa: ele é triste. 
Quem tem complexo é necessariamente triste, porque o complexo é um tipo de solidão: não de gente, mas de algo indefinido: ninguém sabe o que é. Uma ausência indecifrável, uma lacuna, o lugar vazio de um mar de peixes que evaporou e deixou marcas na praia. Ou o silêncio no céu depois que os pássaros passaram e sumiram no horizonte. Toda a raça humana sabe do que estou falando e se não sabe é porque ainda não viveu o suficiente para descobrir que finalmente o número do rg tem um rosto. Quando percebemos que este número não corresponde com a cor dos nossos olhos é que existimos. Eu não sou 3323... 
O Batman aceita as trevas como número de identidade. Ele é leso.
O problema é que todo o mundo o aceita como super-herói. Não dá pra ser herói e ser mascarado. Salvar uma cidade e ter a perífrase "O Cavaleiro das Trevas".
Meu nome é LUZIA DA SILVA ALMEIDA 
e eu amo o Sol e a Justiça. 
Prefiro as manhãs claras porque com o sol posso ver os detalhes das rosas do meu quintal.
O Batman é um projeto de herói que deu certo. 
O que eu posso fazer?
***
Luzia Almeida

terça-feira, 23 de outubro de 2012

ballet vermelho

Teia
de veludo
no alto muro
de tanta gente nas alturas
geladas.
Teia cansada.
Império de possibilidades,
de sorrisos bárbaros
numa harmonia aérea
de música inédita
 que os pássaros festejam
e gostam de ser:
velocidade plástica
condução rítmica de arrebol.
Festa, som e fantasia:
Teia
aberta-fechada
som de formas
plasticidade de cor em movimento líquido
ballet!...
***
LUZIA ALMEIDA

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dia da Professora

Minha aluna, LÍDIA CARDOSO,
fez uma homenagem pra mim.
Ela escreveu assim:
"Para aquela que tem facilidade de brincar com as palavras e com elas construir um mundo novo:
PARABÉNS pelo seu dia, professora.
Você é inesquecível! Sinto saudades!"

"Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante."
(O Pequeno Príncipe)

Com amor,
a tua Lírio. 
***
A Lídia marcou minha vida. Ela seria uma flor, um Lírio, mas nasceu gente: MELHOR PRA NÓS!...

Abraços sem conta pra você, Lídia. E pra todos os meus alunos!...

LUZIA ALMEIDA
 

Dia do Professor

Queridos,
sinto-me privilegiada com a profissão que Deus me deu.
Sinto-me bem quando vejo os pequenos entrando na sala de aula. 
Sinto-me profundamente feliz quando leio os textos dos meus alunos. Eu digo:
- Escrevam!... Vocês são capazes!...
E eles acreditam em mim. E escrevem que é uma beleza. Eu leio os textos para que todos ouçam e isso faz de mim uma professora realizada.
Outro dia recebi uma carta de uma aluna, quer dizer, ex-aluna. Ela dizia "Professora, muito obrigada! A senhora me fez gostar de escrever." A Joyce escreveu isso pra mim. Nunca vou esquecer este prêmio em forma de menina.

Que Deus abençoe os professores do Brasil.
Que Deus os abençoe e os capacite cada vez mais!...
***
LUZIA ALMEIDA

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Perto de Casa

Eu gostei demais deste cercado!...
Se eu morasse nessa rua ou por perto desta casa daria um jeito de fazer amizade com este pessoal. Só para ficar batendo um papo encostada nesta cerquinha.
E quando tivesse anoitecendo, eu procuraria um banco pra ver a Lua baixando nesta paisagem.
Linda!...
Sempre gostei de casas, mas agora é de verdade por causa dessa cerquinha.
Sempre gostei de casas, mas agora casa é palavra infinitamente superior por causa da cerquinha. A casa parece que está de férias por causa da bendita cerca!...
***
LUZIA ALMEIDA 

domingo, 7 de outubro de 2012

Meu Candidato

Gente!...
Eu pensava em felicidade sem Literatura. Felicidade sem Literatura não existe. Não existe pra mim que nasci feita de Letras!...
Letras!... Letras!... Todos os sonhos passam entre essas seis letras. E, entre maiúsculas e minúsculas cá estou diante do meu notebook pensando no meu candidato. Quem seria?
Lá vão as dicas:
Ele é vermelho e negro. Tem muita poesia e uma dor universal. A dor que trazemos no nosso DNA emocional. O meu candidato mora comigo. Vamos ver quem acerta!
Ele não mora na mesma casa, a palavra casa tem teto. Então não é absolutamente casa embora tenha paredes, cômodos e aorta. Uma horta onde eu posso colher frutos da imaginação. Já sabem!... Muito bem: erraram! 
Bom, se pensaram no livro por causa da capa, eu não vejo o livro como vocês: de fora pra dentro. Vocês veem a capa. Eu só vejo o meu livro de dentro porque nunca saí dele. Sou eterna prisioneira do meu livro e como eu o amo não posso pretender uma fuga. Uma fuga seria fatal!...
Depois...
Aqui todo o dia tem 
sol morno
que se põe...
De dentro sou.
De fora estou.
Sou e estou são configurações poéticas de quem nasceu em beira de rio.
Se vocês disseram TRAPICHE
então... 
ACERTARAM!
***
LUZIA ALMEIDA