O Primogênito de toda a criação
Pensar na dignidade de Cristo é
tarefa de todo ser humano. Pensar na dignidade de Cristo a partir de sua morte
e ressurreição é tarefa que sempre nos levará a humildade, pois somos tão
pequenos!...
No
princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus. Ele
estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele,
e, sem ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nele e a vida era a luz
dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra
ela. (João 1.1-5)
Quando penso no Universo que Deus
criou a partir da palavra do seu poder, eu também penso no seu filho executor,
não porque Deus precisasse de alguém para ajudá-lo, mas porque Ele tinha seu
Filho para fazê-lo. Porque seu Filho não poderia estar ausente no momento da
Criação uma vez que todo o Universo testemunharia a sua morte e a ressurreição.
A tarefa da criação precisava ser executada e o Filho bendito de Deus cumpriu
para que o próprio Universo o reconhecesse como Senhor e se dobrasse ao seu
mandar. Não somente os homens que foram criados à imagem de Deus. Mas o sol, a
lua, as estrelas, o vento, o mar, a figueira. Tudo o que foi criado tem um
Criador que também é Senhor Bendito.
E
Jesus estava na popa, dormindo sobre o travesseiro; eles o despertaram e lhe
disseram: Mestre, não te importa que pereçamos? E ele, despertando, repreendeu
o vento e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou, e fez-se
grande bonança. Então, lhes disse: Por que sois assim tímidos?! Como é que não
tendes fé? E eles possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este
que até o vento e o mar lhe obedecem? (Marcos 4.38-41)
Não é para se admirar que o vento e o
mar estivessem agitados: era o próprio Senhor que estava no barco com pecadores
e, o que Ele estava fazendo na popa do barco? Ele, o Senhor, o Criador, na popa
de um barco! Um cachorrinho reconhece seu dono. Por que o vento e o mar não
reconheceriam seu Criador?!... Um reconhecimento que causou espanto, uma vez
que o Criador precisou dormir e na parte traseira de um barco, na popa.
Reconhecer é uma palavra que quase foi perdida pelos discípulos. Como é que
deixaram escapar a grandeza de Deus? É verdade que o Senhor estava dormindo, e
dormindo ele não se comunicava, a voz calada o fazia igual aos outros homens.
Será? O vento e o mar estavam agitados. Os discípulos por um instante esqueceram
a grandeza do Senhor. Mas, e depois? E depois quando ele estivesse morto e
pendurado numa cruz? A morte arrebataria sua dignidade? Nunca!...
Na verdade, se o vento e mar fossem
luzeiros, escureceriam de tristeza.
Desde a
hora sexta até a hora nona, houve trevas sobre toda a terra. Por volta da hora
nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lama sabactâni? O que quer
dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?
Mateus
27.45
Era meio dia e o sol perdeu a sua
força, porque para ele não havia sentido luzir num planeta de homens maus. Mas,
foi na cruz que o Senhor alcançou o coração de sua noiva e domínio e poder e
majestade. Nesse sentido, devemos confirmar o Senhorio de Cristo, como o Cabeça
da Igreja, uma vez que Ele mesmo já era Senhor dos homens como Criador. Como
seria o Senhor da alma se não fosse também o Senhor do corpo humano. E quanto a
isso, pensemos. Por que será que nossos órgãos mais importantes estão funcionando
às ocultas de nossos olhos e independentes de nossas vontades. Por que não
temos o controle de nossos órgãos? É porque não somos os nossos donos, não
fomos criados por nós mesmos. Temos alguém que maior é que nós, que nas
entranhas dos ventres de nossas mães nos formou para que proclamássemos a
glória daquele que é o Primogênito de Maria e o Unigênito do Pai: o segundo
Adão.
Ele é a
cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os
mortos, para em todas as coisas ter a primazia.
Colossenses 1.18
O Senhor salvou os pecadores depois
de tê-los criado – sem pecado – homens e
mulheres para a sua Glória.
Devemos adorar o Senhor na sua
dignidade de Redentor, mas não devemos esquecer de dar glória a Deus porque um
dia fomos criados à sua imagem e semelhança. Imagem essa que foi desfigurada
pela queda de Adão e restaurada na cruz com o sangue do Cordeiro.
Porquanto aos que antemão conheceu,
também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que
ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
Romanos 8.29
E como Cordeiro Bendito de Deus Ele
inaugura a segunda criação: a Criação de adoradores. Ele ressuscitou primeiro
para nos ofertar essa condição de eternidade na Glória com o Pai. A Ele,
Bendito Redentor e Criador, a glória, a honra e o louvor pelos séculos dos
séculos. É por isso que salmista diz:
Levantai ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos, ó portais eternos,
Para que entre o Rei da Glória.
Quem é o Rei da Glória?
O Senhor, forte e poderoso,
O Senhor poderoso nas batalhas.
Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
Levantai-vos ó portais eternos,
Para que entre o Rei da Glória.
Quem é esse Rei da Glória?
O Senhor dos Exércitos,
Ele é o Rei da Glória.
Salmo 24. 7-10
O Rei da Glória perguntou a Pedro
três vezes: “Pedro, tu me amas?" Para
que depois pudesse dizê-lo enfaticamente, didaticamente, para que Pedro jamais
esquecesse: o rebanho que apascentarás não é teu, é do Senhor. E como pastor do
rebanho do Senhor, Pedro é um homem bem-aventurado. Ele pode carregar nos braços
grande responsabilidade. Responsabilidade esta confiada a ele pelo próprio
Senhor. É por isso que Pedro não precisa temer. O grande Pastor de Israel
jamais deixará seu servo sozinho com tamanha tarefa, pelo contrário, derramará
sobre sua cabeça graça sobre graça e não economizará o seu poder para que seu
servo seja varão aprovado.
Pedro,
tu me amas?
Apascenta
os meus cordeiros.
Pastoreia as minhas ovelhas.
Apascenta
as minhas ovelhas.
João
21.
Luzia da Silva Almeida