sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Mel do avesso

A primavera dos teus olhos
tilinta como metal,
perde a cor,
o brilho,
vaga entre lírios pasmados.
*
Suculentos vapores
expressam-se neles.
Infalivelmente:
Vibra,
fascina,
caminha ao contrário.
*
Teus olhos lírios,
borboletas de desertos,
cravam como cravos
no decote vermelho do meu coração.
*
Cravos com lâmina e perfume,
ventos fugitivos,
cantos alucinantes,
"vozes vaporosas".
Cantam. Falam.
Juntos, pertos ...
até que a porta se abra
e uma voz desconhecida se faça anunciar.
(Luzia Almeida)
*
Poesia publicada no jornal de
Belém do Pará, O LIBERAL: 29/02/1992.

Um comentário:

  1. Luzia,amei:"a primavera dos teus olhos tilinta como metal..." Lindo!
    Beijos mana
    Lilian

    ResponderExcluir