sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Diamantes para Paola

(...)
Levantou-se de repente e quase desmaiou quando se viu num vestido preto, justo e, com certeza, caríssimo. As sandálias de salto se ajustavam nos seus pés sem dor. E o esporão? Aqueles pés bem cuidados jamais admitiriam um esporão. Os cabelos eram longos e sedosos de um castanho claro natural. Não, aquela não era ela. O que teria acontecido? Passou as mãos no rosto, a maciez era nítida. Como seria seu rosto? Ela estremeceu. Estaria sonhando? Fez um teste, recapitulou suas ações: saiu do trabalho para ir ao shopping, pegou um ônibus, desceu, aproveitou o sinal vermelho para os carros, atravessou a rua e entrou no shopping para pagar uma conta. Onde estaria a pasta plástica verde com a conta de luz? Ela realmente não saberia responder. Também não sabia onde estava, mas suspeitava que estivesse fora do Brasil. As inscrições nas lojas não eram em português. Seriam em italiano?
Resolveu procurar um banheiro, mas alguém tocou em seu braço, parecia um segurança. Ele disse alguma coisa, mas ela não entendeu direito. O homem entregou-lhe uma bolsa.
(...)
                                           ***
                                         Luzia Almeida. TRAPICHE, pag.41

Nenhum comentário:

Postar um comentário