sexta-feira, 2 de novembro de 2012

sem canto, desencanto

O sangue que escapa de meu lápis brinda com o sorriso das minhas mãos. Parece nefasto dizer algo assim!... Não é?!...
Que seja!
Sangue é uma agonia colorida disfarçada de vermelho. Deve ser por isso que perco o sono. Deve ser por isso que continuo escrevendo e ao fazê-lo vou movendo esta estúpida angústia de existir in red. Não sei existir de outra maneira.
Vermelho que sonda os cantos do meu eu. 
Tento me esconder... pra quê?!... É-me impossível um esconderijo ameno, não tenho tamanho.  Fui furtada de minhas dimensões. Perdi-me numa história revolucionária chamada cada dia. Dia-a-dia: segunda, terça, quarta, quinta... Todos os dias medem o tempo com loucura infantil e só posso conter-me agora por conta desse calor que sinto... que já, já vai fazer com eu pare... e arme uma rede para o embalo da tarde. A Clarice me espera com sua mente transversal. Vou tentar desvendar esta competência e , se eu não conseguir, pelo menos serei feliz nesta tarde de novembro.
Adeus!... 
A todos aqueles que partiram e levaram o meu coração.
***
Saudades de minha mãe que partiu sem saber que deixou uma filha escritora. Vontade enorme de dizer a ela o vermelho de minhas linhas.
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Mesmo sendo vermelha sou capaz de uma chuva, mas sempre meu temporal vai escapar feito veia. Torneira aberta sem economia. Dínamo. Eras!... Será que alguém vai ler isso?
***
LUZIA ALMEIDA

Um comentário:

  1. "Será que alguém vai ler isso?"
    Bem eu li (também você postou no blog!! kkkkk)

    E se de alguma maneira a cor que lhe escapa é o vermelho, preciso dizer-lhe: a minha cor é o preto.

    Se solidão, tristeza, seriedade... básico, simples. Talvez tudo, na verdade nada (eu sempre complexo).

    Talvez eu sofra do complexo do morcego (acabei de ler), porém, pensando bem, há uma pequena diferença: não sou super-herói.

    Se não sou herói, almejaria ser um anti-herói. Talvez para como preto, negro, escuridão ser o complemento, o material bruto de um herói (por mais sombrio que seja), como o coringa é do Batman. Os dois inversos da grande síntese hegeliana (haha essa a senhora não sabe!).

    Benjamin Franklin escreveu:
    "Livros e solidão: eis o meu elemento"

    Nos livros só o branco da página e o preto das letras, sem outras cores, (às vezes um raio de luz da capa e nada mais). Na solidão, bem essa não tem cor e... na verdade preto não é uma cor. É, segundo um colega meu, o inverso do branco (onde o primeiro absorve todas as cores e o outro as reflete).

    Agora eu fico aqui sem cor (mas quem liga pra Física se é assim que me sinto!), porém "sozinho" do mesmo modo, com os mesmos desejos. Afinal algumas palavras, ditas verdades, não podem mudar todo um mundo poético...


    E tudo isso eu escrevi porque mesmo? Ah! Porque você escreveu algo, afinal é sempre assim, não é?
    Batman e coringa se alternam e o menos criativo sempre aproveita mais...

    Continue sempre a escrever, afinal eu também quero continuar (kkkkk).

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