quinta-feira, 9 de abril de 2015

Dalcídio

O teu nome marca uma data de letras.
Marca um tempo de chuva, ilusão de olhos atormentados pela doença.
Teu nome nada diz sobre curas e nostalgias...
Magia pura de escrever o Norte
sobretudo
quando chove.
                   Luzia Almeida
*** 
O romance CHOVE NOS CAMPOS DE CACHOEIRA de Dalcídio Jurandir é muito mais que uma belíssima produção literária. Apresenta um vocabulário próprio da época em que foi concluído (1929), mas somente foi lançado em 1941 pela editora Vecchi. A beleza do texto paraense nos convida a conhecer palavras que, sendo nossas, precisam ser descobertas para que sejam amadas, eis a razão deste pequeno glossário:

01. MODINHA: s.f. tipo de canção urbana portuguesa e brasileira, surgida no século XVIII, com temática espiritual e/ou amorosa, popularizada no século seguinte, acompanhada por violão.
02. JIJU: (Do tupi ye’yu) S.m. Bras. Peixe teleósteo, caraciforme, da família dos caracídeos (Hoplerythrinun unitaeniatus (Spix)), dos rios Amazonas, Paraguai e São Francisco, de coloração semelhante à da traíra, com faixa preta ao longo da linha lateral, e comprimento de até 30 cm. É carnívoro e pode resistir por longo tempo à escassez de oxigênio e à dessecação.
03. TABEFE: (Do ar. Tabïkh, cozido) S. m. 1. Espécie de gemada preparada com leite, ovos e açúcar fervidos. 2. Soro de leite coalhado. 3. Pop. Tapa, soco, sopapo.
04. EMPAMBADA, (empalamado): Adj. 1. Coberto de emplastros. 2. Doente, achacadiço, mazelado. 3. Bras. Pálido, anêmico, como os opilados, os hidrópicos, ou de uma gordura frouxa e descorada.
05. ESTURDIA: S. f. Estroinice, travessura, extravagância.
06. CAIXEIRO: s. m. 1. Empregado em casa de comércio que vende no balcão; balconista. 2. Aquele que entrega a domicílio as mercadorias compradas; entregador. 3. Operador que faz caixa.
07. MERINÓ: (Do esp. Merino) Adj. Diz-se de uma raça de carneiros de lã muito fina. S. m. tecido feito dessa lã.
08. COIÓ: (de origem indígena, decerto) S. m. 1. Bras. V. peixe-voador. 2. Tolo. 3. Namorado ridículo. 4. Assobio característico que se dá perto de uma mulher como galanteio ou provocação amorosa. 5. Choça de um só compartimento que os trabalhadores constroem no meio da mata.
09. PLENILÚNIO: S. m. lua cheia
10. CATALÉPTICO: Adj. 1. Relativo à catalepsia. 2. Que sofre de catalepsia.
11. MUXINGA: S. f. 1. Chicote. 2. Surra.
12. CEPO: S. m. 1. Toro ou pedaço de toro cortado transversalmente. 2. Tronco de madeira onde o condenado deitava a cabeça para ser decapitado.
13. FITEIRO: S. m. 1.Homem que fabrica fitas. 2. Homem namorador, galanteador.
14. BABAQUARA: Adj. 1. Caipira, tolo. 2. CE. Grande influente, poderoso.
15. ENJAMBRAR: V. int. torcer ou empenar (uma tábua). 2. PE. Ficar confuso; envergonhado; confundir-se, acanhar-se.
16. TRESANDAR: V. t. d. 1. Fazer andar para trás; desandar. 2. Transtornar, confundir, perturbar, desordenar. 3. Exalar mau cheiro.
17. CHAPEAR: V. t. d. e i. 1. Cobrir, revestir ou guarnecer de chapas; chapar. 2. Revestir (parede ou teto) com argamassa, cimento ou barro que, arremessados de certa distância, produzem revestimento bem rugoso da superfície.
18. PACHORRA: S. f. falta de pressa, vagar, lentidão.
19. AMANUENSE: S. 1. Escrevente, copista. 2. Funcionário público de condição modesta que fazia a correspondência e copiava ou registrava documentos.
20. ALPENDRE: S. m. 1. Cobertura saliente, de uma só água, de ordinário à entrada de um prédio, apoiada, de um lado, na parede deste, e de outro, em esteios, pilares ou colunas; telheiro. 2. Pátio coberto. 3. Varanda.
21. COPIAR: S. m. 1. Varanda contígua à casa; alpendre.
22. CHARQUEADA: S.f. 1.Estabelecimento onde se charqueia a carne; saladeiro; tablada. 2. Derrotar o adversário no jogo, deixando-o sem dinheiro.
23. URUÁ: S. f. árvore da família das boragináceas.
24. REFREGA: S. f. 1. Encontro entre forças ou pessoas inimigas; peleja, briga, luta, reencontro. 2. Trabalho, lida, labuta, faina.
25. PÚCARO: S. m. 1. Pequeno vaso com asa, ordinariamente destinado a extrair líquidos de outros recipientes maiores. 2. Pequeno vaso de toucador, para depósito de pó de arroz.
MESTRADO EM COMUNICAÇÃO, LINGUAGENS E CULTURA
Disciplina: Análises Terminológicas, Glossários e Variantes
Professora Doutora: Rosa Assis

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